O JANUS 2006 anuário de relações exteriores editado pela Universidade Autónoma de Lisboa e pelo Público está dividido em três excelentes partes:
- Conjuntura e tendências internacionais;
- Internacionalização da educação e da cultura;
- A nova diplomacia.
Na primeira parte foram publicados artigos da actualidade europeia e mundial e artigos sobre tecnologia, ambiente e recursos.
A Internacionalização da educação e da cultura, na segunda parte, está dividida em dois grandes temas: O ensino superior face a Bolonha, e as tendências e as políticas da cultura.
Na última parte, os temas sobre os quais vários autores publicaram textos de relevante interesse referem-se à política externa e de segurança da UE e à diplomacia económica.
O principal motivo que me levou a escrever este artigo prende-se, no entanto, com a qualidade dos textos publicados referentes ao ensino superior face a Bolonha.
Nesta matéria podemos ficar a conhecer, no JANUS 2006 anuário de relações exteriores, as opiniões de Marçal Grilo sobre a Declaração de Bolonha, de Fernando Amorim sobre o Ensino superior britânico, os padrões referenciais da Universidade no Reino Unido, sobre Bolonha e a derrota de Napoleão, o federalismo "competitivo" e o ensino superior alemão, o regime "autonómico" e o ensino superior espanhol e o sistema europeu de transferência de créditos (ECTS), de Alberto Amaral sobre Bolonha, competitividade europeia e Portugal, de João Vasconcelos Costa sobre as implicações sociais do processo de Bolonha, de José Subtil sobre a acreditação e avaliação do processo de Bolonha e de João Maria Mendes sobre o Politécnico português face à Universidade e a Bolonha, entre outros.
De todas as opiniões expressas destaco a de João Vasconcelos Costa que escreveu a propósito das componentes essenciais do paradigma de Bolonha:
"Os conhecimentos estão a evoluir a velocidade vertiginosa. Ninguém consegue ter a soma precisa de conhecimento necessário para cada um dos cada vez mais variados perfis profissionais. Mesmo que os tivesse, eles são rapidamente perecíveis. O diplomado pelo ensino superior tem de saber que vai ter de aprender toda a vida e isto não é fácil, com a crescente variedade de fontes de informação. Isto significa uma fórmula bem simples: um objectivo essencial da educação superior é facultar aos alunos uma competência essencial, a de aprender a aprender. Muitas outras também, desde as específicas a cada área disciplinar até às transversais: a mentalidade racional e crítica, o gosto pela inovação e iniciativa, a apetência pela cultura, a mentalidade multicultural, o domínio de línguas estrangeiras, as capacidades comunicacionais e de trabalho de grupo, o domínio das tecnologias de informação, a responsabilidade social, e tanto mais".
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